quarta-feira, 29 de abril de 2015

"As diferenças entre o Pevidém de hoje e de quando entrei são abismais"

Assumiu os destinos do Pevidém nos últimos seis anos. Três mandatos com subidas e descidas de divisão e com algumas ameaças de bater com a porta. A preparar a saída do clube vimaranense, ALFREDO SILVA faz ao DESPORTIVO o balanço da sua presidência. O empresário de 55 anos diz que quem assumir a liderança da instituição nos próximos tempos vai "deparar-se com um clube tranquilo e fácil de gerir".
Termina no próximo mês de Fevereiro o terceiro mandato como Presidente do Pevidém. Que balanço faz destes anos à frente do clube?
Pontos altos e pontos baixos, como é normal. Há sempre coisas positivas e menos positivas, mas penso que se registaram mais coisas positivas. São sempre ensinamentos da vida, que nos dão estofo. Estar à frente de um clube é, no fundo, gerir pessoas, e isso não é fácil. Durante estes anos que estive à frente do clube aconteceram muitas coisas positivas. Quem conheceu este clube quando entrámos e quem vê o que é agora nota diferenças abismais. Tanto a nível de instalações, como a nível humano. O Pevidém já tem uma dimensão muito grande.
O clube está melhor do que quando cá chegou?
Neste momento o clube está muito melhor a todos os níveis. No que às infraestruturas diz respeito está à vista de todos, para a nossa dimensão temos umas infraestruturas das melhores da nossa região. A nível financeiro digamos que as coisas estão bastante melhores. Ainda temos algumas situações a resolver, mas dentro do normal. Há muitas dificuldades, mas temos as contas perfeitamente controladas.
Quem vier a seguir o que vai encontrar?
Certamente que vai encontrar um clube muito mais fácil de dirigir. Passámos por anos muito complicados a nível financeiro, mas quem vier vai deparar-se com um clube tranquilo, para gerir tranquilamente sem problemas.
Fica um amargo de boca por deixar o clube na Divisão de Honra da A.F. Braga, depois de na época passada ter disputado o Pró-Nacional?
Sempre disse que a meta do Pevidém e a estrutura do clube é para um Pró-Nacional; disso não tenho a mínima dúvida. Com uma direcção forte, penso que é um objectivo atingível. O trabalho que se está a fazer, o ano passado e este ano apostámos muito na formação, que penso que é o caminho de todos os clubes, basta dizer que não haverá nenhuma equipa no Pró-Nacional como nós, que tínhamos 18 miúdos da formação. Obviamente pagámos um pouco também a inexperiência, mas é um trabalho que tem de ser feito com tempo e com paciência. Este ano temos novamente uma equipa muito jovem e ainda temos algumas aspirações a subir. Ainda podemos pensar nisso, mas tem de ser feito um trabalho com tempo. Com estes miú­dos, daqui a dois ou três anos teremos uma equipa muito mais madura.
Especialmente neste último mandato saíram várias pessoas da direcção. Jorge Costa, que assumiu depois a presidência do Serzedelo, foi um deles. Qual é a explicação?
Cada pessoa tem a sua forma de pensar e de ser. Não vale a pena falar muito sobre isso. Quem sabe o que se passou… É preferível cada um ficar com as opções que toma e o Jorge Costa tomou a opção que tomou. Ele lá saberá e as pessoas é que têm de tirar as devidas ilações.
Na sua presidência a formação atingiu patamares elevados. Chegou inclusive a fazer uma parceria com os italianos do AC Milan. Foi vantajoso para o clube?
Achámos que era um projecto interessante. A ideia era que a nossa formação, que já estava cotada num nível elevado aqui na região, pudesse atingir outro patamar ainda mais acima a nível de organização. Infelizmente para nós, não correram bem as coisas na empresa que estava a gerir esse projecto. Foi uma pena, estávamos a contar que fosse um importante contributo para a formação do clube.
Olhando para trás, fica alguma coisa por fazer que tivesse projectado e não conseguiu desenvolver?
A nível desportivo gostaria, e pode ser que ainda possa acontecer, de deixar a equipa no Pró-Nacional. Nas infraestruturas teríamos duas valências que gostaria de melhorar; nomeadamente os balneários da formação e a parte dos banhos. São duas coisas que neste momento o clube necessita e que já estão apalavradas com a Câmara Municipal de Guimarães. Penso que nos próximos meses isso será um dado adquirido. Era aquilo que gostaria de ter deixado, e que são duas valências fundamentais para o Pevidém.
A direcção desportiva é uma porta que se fecha definitivamente?
Neste contexto não. Gerir clubes nestas circunstâncias, em que a maior parte da direcção é composta por pais de atletas, é uma situação muito difícil de gerir e que traz muita controvérsia. Não me vejo, a breve prazo pelo menos, a regressar. Mas, nunca digo que não a nada e às vezes a vida apresenta-nos coisas impossíveis de dizer que não.

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